Santíssima Trindade
Trindade é o
sentido e a missão da Igreja, sacramento da unidade do gênero humano. Unidade
da Trindade, pois, a Igreja é reunida pela unidade da Trindade! Essa relação de
amor, em vista da vivência da comunhão, revela-se para nós como fundamento e
estímulo da prática da caridade fraterna e do apostolado. Trindade! Deus belo e grande que não
cabe em nossas categorias humanas. Nem sabemos designa-lo. O
Bem, o Sumo Bem, a Ternura, a Paz. Uma eterna e adorável comunhão de amor. O
Pai, eternamente Pai, gera eternamente o Verbo e entre ambos o sopro do Espírito.
O que nos resta é prostrarmo-nos em silenciosa e profunda adoração. Uma
fornalha de amor. Um da Trindade veio morar em nós e nos levar para essa
fornalha de amor. No alto da cruz esse Filho amado nos
entregou o Espirito. Confessar a Trindade é acreditar que Deus é um
mistério de comunhão e amor.
Cremos
no Pai, nesse Altíssimo e Bom Senhor, que é Pai. Cria agora os céus e a terra.
Não estamos sós em nossa história, nesse mundo, em vitórias e fracassos,
problemas e conflitos. Não vivemos esquecidos. Temos um Pai que tem os traços
do pai do filho pródigo, que faz chover sobre justos e
pecadores, Pai que sustenta a vida, a nossa vida e a vida de tudo o que
existe. Pai vivo, autor e alimentador da vida. Ama. É o eterno amante.
Nunca vai retirar de nós o seu amor e sua fidelidade. Dele só brota
amor. Fomos feitos à sua imagem e semelhança, por isso somos destinados ao
amor. Só amando acertamos o passo na vida. Jesus gostava de chama-lo
de pai querido, de paizinho.
O
Verbo, a Palavra que o Pai pronuncia é o Filho. Ele é o grande
presente que Deus deu ao mundo. Viveu entre nós, conheceu a trama da
vida de todos nós. Nasceu, cresceu em idade e graça, percorreu os caminhos da
terra, falou, rezou, testemunhou, relacionou-se, demonstrou desafeto quando o
projeto do Pai não era vivenciado, foi amado e rejeitado, teve amigos mais
íntimos e mostrou um carinho todo especial para com os pecadores,
os que falham na vida. Ele se fez imagem do Pai. Quem o via, via o
Pai. Seu nome é Emanuel. Depois de sua ressurreição
designamo-lo de Senhor. Um Deus que nos amou até o fim. Olhando
para ele vemos o Pai. Nele podemos sentir Deus humano, próximo, amigo.
Fez-se mensageiro do Pai que nos quer ver como irmãos que se estimam e se amam.
O
Espírito Santo é comunhão do Pai e do Filho. Ele é o amor eterno entre o Pai
amante e Filho amado, aquele que revela que o amor divino não é
possessão ciumenta do Pai nem açambarcamento egoísta do Filho, “O amor de
Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi
dado” (Rm 5,5).
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