Catequese do Papa

Catequese do Papa Francisco sobre esperança cristã 
 Quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
Boletim da Santa Sé

Tradução: Jéssica Marçal

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Começamos hoje uma nova série de catequeses, sobre o tema da esperança cristã. É muito importante, porque a esperança não desilude. O otimismo desilude, a esperança não! Temos tanta necessidade, nesses tempos que parecem obscuros, em que tantas vezes nos sentimos perdidos diante do mal e da violência que nos circundam, diante da dor de tantos nossos irmãos. É necessária a esperança! Sentimo-nos perdidos e também um pouco desencorajados, porque nos encontramos impotentes e nos parece que esta escuridão nunca terá fim.
Mas não é preciso deixar que a esperança nos abandone, porque Deus, com o seu amor, caminha conosco. “Eu espero, porque Deus está comigo”: todos podemos dizer isso. Cada um de nós pode dizer: “Eu espero, tenho esperança, porque Deus caminha comigo”. Caminha e me leva pela mão. Deus não nos deixa sozinhos. O Senhor Jesus venceu o mal e nos abriu o caminho da vida.
E então, em particular, neste tempo de Advento, que é o tempo da espera, em que nos preparamos para acolher uma vez mais o mistério consolante da Encarnação e a luz do Natal, é importante refletir sobre esperança. Deixemo-nos ensinar pelo Senhor o que quer dizer esperar. Escutemos, portanto, as palavras da Sagrada Escritura, começando pelo profeta Isaías, o grande profeta do Advento, o grande mensageiro da esperança.
Na segunda parte do seu livro, Isaías se dirige ao povo com um anúncio de consolação:
“Consolai, consolai meu povo, diz vosso Deus.
Animai Jerusalém, dizei-lhe bem alto
que suas lidas estão terminadas,
que sua falta está expiada,
que recebeu, da mão do Senhor, 
pena dupla por todos os seus pecados.
Uma voz exclama: “Abri no deserto um caminho para o Senhor,
traçai reta na estepe uma pista para nosso Deus.
Que todo vale seja aterrado,
que toda montanha e colina sejam abaixadas:
que os cimos sejam aplainados,
que as escarpas sejam niveladas!”
Então a glória do Senhor manifestar-se-á;
todas as criaturas juntas apreciarão o esplendor,
porque a boca do Senhor o prometeu. (40, 1-2.3-5).
 Deus Pai consola suscitando consoladores, a quem pede para animar o povo, os seus filhos, anunciado que terminou a tribulação, terminou a dor, e o pecado foi perdoado. É isso que cura o coração aflito e com medo. Por isso o profeta pede para preparar o caminho do Senhor, abrindo-se aos seus dons e à sua salvação.
A consolação, para o povo, começa com a possibilidade de caminhar no caminho de Deus, um caminho novo, retificado e viável, um caminho a preparar no deserto, de forma a poder atravessá-lo e retornar à pátria. Porque o povo ao qual o profeta se dirige estava vivendo a tragédia do exílio na Babilônia e agora, em vez disso, ouve dizer que poderá voltar à sua terra, através de um caminho cômodo e largo, sem vales e montanhas que tornam cansativo o caminho, um caminho aplainado no deserto. Preparar aquele caminho quer dizer, portanto, preparar um caminho de salvação e de liberação de todo obstáculo e tropeço.
O exílio foi um momento dramático na história de Israel, quando o povo tinha perdido tudo. O povo tinha perdido a pátria, a liberdade, a dignidade e também a confiança em Deus. Sentia-se abandonado e sem esperança. Em vez disso, eis o apelo do profeta que reabre o coração à fé. O deserto é um lugar em que é difícil viver, mas justamente ali agora se poderá caminhar para voltar não somente à pátria, mas voltar a Deus e voltar a esperar e a sorrir. Quando nós estamos na escuridão, nas dificuldades, o sorriso não vem e é justamente a esperança que nos ensina a sorrir para encontrar aquele caminho que condiz a Deus. Uma das primeiras coisas que acontecem às pessoas que se separam de Deus é que são pessoas sem sorriso. Talvez são capazes de fazer uma grande risada, fazem uma atrás da outra, uma piada, uma risada…mas falta o sorriso! Só a esperança dá o sorriso: é o sorriso da esperança de encontrar Deus.
A vida muitas vezes é um deserto, é difícil caminhar dentro da via, mas se nos confiamos a Deus pode se tornar bela e larga como uma avenida. Basta não perder nunca a esperança, basta continuar a acreditar, sempre, apesar de tudo. Quando nós nos encontramos diante de uma criança, talvez possamos ter tantos problemas e tantas dificuldades, mas nos vem de dentro o sorriso, porque nos encontramos diante da esperança: uma criança é uma esperança! E assim devemos saber ver na vida o caminho da esperança que nos leva a encontrar Deus, Deus que se fez Menino por nós. E nos fará sorrir, nos dará tudo!
Justamente essas palavras de Isaías são depois usadas por João Batista em sua pregação que convidava à conversão. Dizia assim: “Uma voz clama no deserto: preparai o caminho do Senhor” (Mt 3, 3). É uma voz que grita onde parece que ninguém pode escutar – mas quem pode escutar no deserto? – que grita na confusão devido à crise de fé. Nós não podemos negar que o mundo de hoje está em crise de fé. Se diz: “Eu creio em Deus, sou cristão” – “Eu sou daquela religião…”. Mas a tua vida está bem distante do ser cristão; está bem distante! A religião, a fé, caiu em uma expressão: “Eu creio? – “Sim”. Mas aqui se trata de voltar a Deus, converter o coração a Deus e ir por este caminho para encontrá-Lo. 
Ele nos espera. Esta é a pregação de João Batista: preparar. Preparar o encontro com este Menino que nos trará de volta o sorriso. Os israelitas, quando Batista anuncia a vinda de Jesus, é como se estivessem ainda no exílio, porque estão sob domínio romano, que os torna estrangeiros em sua própria pátria, governados por ocupantes poderosos que decidem suas vidas. Mas a verdadeira história não é aquela feita por poderosos, mas sim aquela feita por Deus junto com os seus pequenos. 
A verdadeira história – aquela que permanecerá na eternidade – é aquela que Deus escreve com os seus pequenos: Deus com Maria, Deus com Jesus, Deus com José, Deus com os pequenos. Aqueles pequenos e simples que encontramos ao redor de Jesus que nasce: Zacarias e Elizabeth, idosos e marcados pela esterilidade, Maria, jovem moça virgem prometida por esposa a José, os pastores, que eram desprezados e não contavam nada. São os pequenos, tornados grandes por sua fé, os pequenos que sabem continuar a esperar. E a esperança é a virtude dos pequenos. Os grandes, os satisfeitos, não conhecem a esperança; não sabem o que seja.
São eles os pequenos com Deus, com Jesus, que transformam o deserto do exílio, da solidão desesperada, do sofrimento em um caminho plano sobre o qual caminhar para ir ao encontro da glória do Senhor. E chegamos ao ponto: deixemo-nos ensinar a esperança. Esperemos confiantes a vinda do Senhor e, qualquer que seja o deserto das nossas vidas – cada um sabe em que deserto caminha – se tornará um jardim florido. A esperança não desilude


Notícias
25/05/2015
Papa: O mundo necessita da coragem, da esperança, da fé e da perseverança dos discípulos de Cristo.
Por Centro Vocacional, com Rádio Vaticana
Em sua homilia, o Papa destaca os pontos importantes da ação do Santo Espírito na vida dos homens e mulheres que escolheram o seguimento do Cristo.
Ontem, 24 de maio, o Papa Francisco presidiu, perante uma multidão de fiéis, a celebração da missa de Pentecostes. Recordando em sua homilia, a missão dos apóstolos e a missão dos homens e mulheres dos nossos tempos que são convidados a estar impulsionados pela força do Espírito Santo.
E fezendo memória das leituras lidas na liturgia do dia, destacando: “Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós (…) Recebei o Espírito Santo”, o Santo Padre falou da efusão do Espírito, dizendo que ela já teve lugar na tarde da Ressurreição, mas que se repetiu, e com sinais extraordinários, no dia de Pentecostes. E o resultado, segundo o Papa, foi a recepção de uma força imensa que os impeliu a anunciar, nas diferentes línguas, o evento da Ressurreição de Cristo.
“‘Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas’. Juntamente com eles, estava Maria, a Mãe de Jesus, primeira discípula, Mãe da Igreja nascente. Com a sua paz, com o seu sorriso e com a sua maternalidade, acompanhava a alegria da jovem Esposa, a Igreja de Jesus”, ensinou.
Para o Santo Padre, as pessoas e comunidade que estão repletas do Espírito Santo agem por três ações vindas dele: guiar para a verdade completa, renovar a terra e produzir os seus frutos, pois estas pessoas serão capazes de receber Deus, como diziam os Santos Padres.
Na verdade, explicou o Papa, no Evangelho Jesus promete aos seus discípulos o Espírito Santo que os “há de guiar para a verdade completa”, dizendo-lhes que a sua ação será introduzi-los sempre mais na compreensão daquilo que Ele, o Messias, disse e fez:
“Aos Apóstolos, incapazes de suportar o escândalo da Paixão do seu Mestre, o Espírito dará uma nova chave de leitura para os introduzir na verdade e beleza do evento da Salvação. Estes homens, antes temerosos e bloqueados, fechados no Cenáculo para evitar repercussões da Sexta-feira Santa, já não se envergonharão de ser discípulos de Cristo, já não tremerão perante os tribunais humanos. Graças ao Espírito Santo, de que estão repletos, compreendem “a verdade completa”, ou seja, que a morte de Jesus não é a sua derrota, mas a máxima expressão do amor de Deus; um amor que, na Ressurreição, vence a morte e exalta Jesus como o Vivente, o Senhor, o Redentor do homem, da história e do mundo. E esta realidade, de que são testemunhas, torna-se a Boa Notícia que deve ser anunciada a todos”.
O Espírito Santo, além de ser guia, renova a terra, prosseguiu o Papa, reiterando que Espírito que Cristo enviou do Pai e o Espírito que tudo vivifica são uma só e mesma pessoa. E por isso, o respeito pela criação é uma exigência da nossa fé: o “jardim” onde vivemos nos é confiado, não para o explorarmos, mas para o cultivarmos e guardarmos com respeito. Mas isto só será possível, se o homem se deixar renovar pelo Espírito Santo, se se deixar re-plasmar pelo Pai segundo o modelo de Cristo, novo Adão, para podermos viver a liberdade dos filhos em harmonia com toda a criação e, em cada criatura, podermos reconhecer o reflexo da glória do Criador.
Por último, o Espírito “dá os seus frutos, disse ainda o Papa, citando a Carta aos Gálatas na qual São Paulo mostra o “fruto” que se manifesta na vida daqueles que caminham segundo o Espírito:
“Temos, duma parte, a ‘carne’ com o cortejo dos seus vícios elencados pelo Apóstolo, que são as obras do homem egoísta, fechado à ação da graça de Deus; mas, doutra, há o homem que, com a fé, deixa irromper em si mesmo o Espírito de Deus e, nele, florescem os dons divinos, resumidos em nove radiosas virtudes que Paulo chama o ‘fruto do Espírito’”.
O mundo tem necessidade de homens e mulheres que não estejam fechados, mas repletos de Espírito Santo, disse ainda o Papa, acrescentando que o fechamento ao Espírito não apenas é falta de liberdade, mas também pecado, e elencando os modos como nos podemos fechar ao Espírito:
“Há muitas maneiras de fechar-se ao Espírito Santo: no egoísmo do próprio benefício, no legalismo rígido, como a atitude dos doutores da lei que Jesus chama de hipócritas; na falta de memória daquilo que Jesus ensinou, no viver a existência cristã não como serviço mas como interesse pessoal, e assim por diante. O mundo necessita da coragem, da esperança, da fé e da perseverança dos discípulos de Cristo. O mundo precisa dos frutos do Espírito Santo: ‘amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio’”.
O dom do Espírito Santo foi concedido em abundância à Igreja e a cada um de nós, para podermos viver com fé genuína e caridade operosa, para podermos espalhar as sementes da reconciliação e da paz, disse o Papa a concluir, invocando para que, fortalecidos pelo Espírito e seus múltiplos dons, nos tornemos capazes de lutar, sem abdicações, contra o pecado e a corrupção e dedicar-nos, com paciente perseverança, às obras da justiça e da paz.


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 13 de maio de 2015
Catequese do Papa: três palavras para a paz na família

 Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal – equipe CN Notícias
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
A catequese de hoje é como a porta de ingresso de uma série de reflexões sobre a vida da família, a sua vida real, com os seus tempos e os seus acontecimentos. Sobre esta porta de ingresso estão inscritas três palavras que já utilizei aqui na Praça diversas vezes. E estas palavras são “licença”, “obrigado”, desculpa”. De fato, estas palavras abrem o caminho para viver bem na família, para viver em paz. São palavras simples, mas não são assim tão simples de colocar em prática! Requerem uma grande força: a força de proteger a casa, também através de mil dificuldades e provações; em vez disso, a falta delas, pouco a pouco, abre rachaduras que podem fazê-la desmoronar.
Nós as entendemos normalmente como as palavras da “boa educação”. Tudo bem, uma pessoa bem educada pede licença, diz obrigado ou se desculpa se erra. Tudo bem, mas a boa educação é muito importante. Um grande bispo, São Francisco de Sales, dizia que “a boa educação é já meia santidade”. Porém, atenção, na história conhecemos também um formalismo das boas maneiras que pode se tornar máscara que esconde a aridez da alma e o desinteresse pelo outro. Há um ditado que diz: “Atrás de boas maneiras se escondem maus hábitos”. Nem mesmo as religiões estão imunes a este risco, que faz escorregar a observância formal na mundanidade espiritual. O diabo que tenta Jesus jorra boas maneiras – é propriamente um senhor, um cavalheiro – e cita as Sagradas Escrituras, parece um teólogo. O seu estilo parece correto, mas a sua intenção é aquela de desviar da verdade do amor de Deus. Nós, em vez disso, entendemos a boa educação nos seus termos autênticos, onde o estilo das boas relações é firmemente enraizado no amor do bem e no respeito do outro. A família vive esta fineza do querer bem.
Vejamos: a primeira palavra é “licença?”. Quando nos preocupamos de pedir gentilmente também aquilo que talvez pensamos poder esperar, nós colocamos uma verdadeira proteção para o espírito da convivência matrimonial e familiar. Entrar na vida do outro, mesmo quando faz parte da nossa vida, pede a delicadeza de uma atitude não invasiva, que renova a confiança e o respeito. A intimidade, em suma, não autoriza a dar tudo por certo. E o amor, quanto mais íntimo e profundo, tanto mais exige o respeito da liberdade e a capacidade de esperar que o outro abra a porta do seu coração. A este propósito, recordamos aquela palavra de Jesus no livro do Apocalipse: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém escuta a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo” (3, 20). Também o Senhor pede a permissão para entrar! Não esqueçamos isso. Antes de fazer uma coisa em família: “Licença, posso fazê-lo? Agrada-te que eu faça assim?”. Aquela linguagem propriamente educada, mas cheia de amor. E isso faz tão bem às famílias
A segunda palavra é “obrigado”. Certas vezes é de se pensar que estamos nos tornando uma civilização das más maneiras e das más palavras, como se fossem um sinal de emancipação. Ouvimos dizer isso tantas vezes também publicamente. A gentileza e a capacidade de agradecer são vistas como um sinal de fraqueza, às vezes levanta suspeita. Esta tendência deve ser combatida no seio da própria família. Devemos nos tornar intransigentes na educação à gratidão, ao reconhecimento: a dignidade da pessoa e a justiça social passam por aqui. Se a vida familiar subestima esse estilo, a vida social também o perderá. A gratidão, então, para quem crê, está no coração da fé: um cristão que não sabe agradecer é alguém que esqueceu a linguagem de Deus. É ruim isto! Recordemos a pergunta de Jesus, quando curou dez leprosos e somente um deles voltou para agradecer (cfr Lc 17, 18). Uma vez ouvi dizer de uma pessoa idosa, muito sábia, muito boa, simples, mas com aquela sabedoria da piedade, da vida: “A gratidão é uma planta que cresce somente na terra de almas nobres”. Aquela nobreza da alma, aquela graça de Deus na alma nos impele a dizer obrigada à gratidão. É a flor de uma alma nobre. É uma bela coisa isso.
A terceira palavra é “desculpa”. Palavra difícil, certo, ainda assim necessária. Quando falta, pequenas rachaduras se alargam – mesmo sem querê-lo – até se tornar rachaduras profundas. Não por nada na oração ensinada por Jesus, o “Pai Nosso”, que resume todas as perguntas essenciais para a nossa vida, encontramos essa expressão: “Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” (Mt 6, 12). Reconhecer ter faltado e ter o desejo de restituir o que foi tirado – respeito, sinceridade, amor – torna-se digno do perdão. E assim se para a infecção. Se não somos capazes de nos desculpar, quer dizer que nem mesmo somos capazes de perdoar. Na casa onde não se pede desculpa começa a faltar o ar, as águas se tornam estagnadas. Tantas feridas dos afetos, tantas lacerações nas famílias começam com a perda desta palavra preciosa: “Desculpe”. Na vida matrimonial se briga tantas vezes… também “voam os pratos”, mas vos dou um conselho: nunca terminar o dia sem fazer as pazes. Ouçam bem: vocês brigam, marido e mulher? Filhos com os pais? Brigaram feio? Não é bom, mas este não é o problema. O problema é que este sentimento esteja conosco ainda um dia depois. Por isso, se brigaram, nunca terminem o dia sem fazer as pazes em família. E como devo fazer a paz? Colocar-me de joelhos? Não! Somente um pequeno gesto, uma coisinha faz a harmonia familiar voltar. Basta uma carícia, sem palavras. Mas nunca termine o dia em família sem fazer a paz. Entenderam isso? Não é fácil, mas se deve fazer. E com isso a vida será mais bela. E por isso é suficiente um pequeno gesto.
Estas três palavras-chave da família são palavras simples, e talvez em um primeiro momento nos farão sorrir. Mas quando as esquecemos, não há mais nada de que sorrir, verdade? A nossa educação, talvez, as negligencia um pouco. Que o Senhor nos ajude a colocá-las no lugar correto, no nosso coração, na nossa casa e também na nossa convivência civil. São as palavras para entrar justamente no amor da família.
15/05/2015
Papa: O medo é uma atitude que nos faz mal; enfraquece-nos, limita-nos e até nos paralisa.
Por Centro Vocacional, com Rádio Vaticano
O Papa ensina que o cristão é aquele que não tem medo de enfrentar os desafios e é alegre ao passar pelas dificuldades da vida.
Na manhã de hoje, 15, na Missa celebrada na Casa Santa Marta, o Papa Francisco refletiu sobre a questão do medo e da alegria, palavras que se tornaram fundamentais para a homilia de hoje.
“O medo é uma atitude que nos faz mal; enfraquece-nos, limita-nos e até nos paralisa. Quem tem medo não faz nada, não sabe o que fazer. Concentra-se em si mesmo para que não lhe aconteça nada de mal; o medo leva a um ‘egocentrismo egoísta’, que paralisa. O cristão medroso é aquele que não entendeu a mensagem de Jesus”.
Continuando a reflexão, falou sobre o Apóstolo Paulo que é convidado por Jesus a não ter medo e que deveria continuar a falar, pois Ele estaria com ele. “O medo não é cristão; é um comportamento de quem tem a alma aprisionada, presa, sem liberdade de olhar para a frente, de criar, de fazer o bem… E diz sempre: ‘Não, aqui há este perigo, aqui outro… e assim por diante… E isto é um vício. O medo faz mal”, afirma o Santo Padre.
“Ter medo é pedir a graça da coragem do Espírito Santo. Ele lembrou que há comunidades medrosas, que apostam sempre em algo certeiro, como se na porta de entrada estivesse escrito “proibido”: tudo é proibido por medo. Quando se entra em uma comunidade assim, sente-se o marasmo, disse o Papa, porque se trata de uma comunidade doente”.
Desta forma, o Sumo Pontífice explica que: “O medo deve ser distinguido do ‘temor de Deus’, que é santo, é o temor da adoração diante do Senhor. O temor de Deus é uma virtude: não é limitativo, não enfraquece, não paralisa: faz ir adiante para cumprir a missão dada pelo Senhor”.
Seguindo a proposta da liturgia de hoje, a outra palavra presente é ‘alegria’. O Papa explicou que, nos momentos mais tristes e de dor, a alegria se torna paz. Ao contrário, uma diversão no momento da dor se torna sombrio, escurece. Para o Sumo Pontífice a alegria não é a diversão, a diversão é algo passageiro, enquanto a alegria permanece, porque vem de Deus.
“Um cristão sem alegria não é cristão; um cristão que continuamente vive na tristeza não é cristão. E um cristão que no momento da provação, das doenças ou das dificuldades, perde a paz… é porque lhe falta algo”.
O Papa lembrou ainda que a alegria cristã não é um simples divertimento e nem algo passageiro, mas é um dom do Espírito Santo. Trata-se de ter o coração sempre alegre porque Jesus venceu, está à direita do Pai.
“Uma comunidade sem alegria também é uma comunidade doente: pode até ser uma comunidade ‘divertida’, mas é ‘doente de mundanidade’, porque não tem a alegria de Jesus Cristo. Assim, quando a Igreja é medrosa e não recebe a alegria do Espírito Santo, a Igreja adoece, as comunidades adoecem e os fiéis adoecem”.
O Papa concluiu a homilia com uma prece: “Elevai-nos Senhor, ao Cristo, sentado à direita do Pai; elevai o nosso espírito. Despojai-nos de todo o medo e dai-nos a alegria e a paz”.

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