O Papa Francisco presidiu na manhã desta
quinta-feira, 28, a primeira Missa em terras polonesas, no Santuário mariano de
Jasna Gora, em Czestochowa. Chegando de papamóvel, saudou uma dezena de pessoas
doentes e cadeirantes que o aguardavam na entrada.
Fonte: Rádio
Vaticano
Um susto logo no início da celebração: ao
subir os degraus do altar, o Papa caiu, mas logo foi ajudado e pôde presidir a
celebração normalmente.
Um dos lugares de culto e peregrinação mais
importantes do país, o Santuário abriga a imagem da Virgem Negra, venerada por
milhões de peregrinos todos os anos. Segundo a tradição católica, ela foi
“pintada por São Lucas e apresenta o verdadeiro rosto de Maria”, embora
especialistas assegurem que o ícone é bizantino e datado entre os séculos VI e
IX.
A Virgem Negra
Antes de presidir a Missa, o Pontífice rezou
brevemente na capela diante desta imagem, que apresenta algumas rachaduras
provocadas por atos de vandalismo no século XV. Obedecendo uma tradição
iniciada por Paulo VI, Francisco deixou à Virgem uma rosa de ouro.
Cerca de 300 mil pessoas entoavam cantos e
orações no parque do Santuário, à espera do Papa. Centenas de bispos e
sacerdotes de várias nacionalidades concelebraram a Missa, que recordou os 1050
anos do batismo da Polônia, a conversão do país ao cristianismo. O presidente
do país, Andrzej Duda, e várias autoridades, também estavam presentes.
A Eucaristia foi celebrada em latim e
polonês. A homilia do Pontífice foi lida em italiano e se concentrou em três
conceitos: pequenez, proximidade e concretude de Deus e de Maria.
“Deus prefere encerrar-se no que é pequeno,
ao contrário do homem que tende a querer possuir algo sempre maior. Deixar-se
atrair pelo poder, a grandeza e a visibilidade é tragicamente humano; já o
Senhor prefere os pequeninos, porque se opõem ao ‘estilo de vida orgulhoso’ que
vem do mundo”.
Francisco também destacou que Deus é próximo,
ou seja, não quer ser temido como um soberano poderoso e distante, mas gosta de
caminhar com o homem. E a terceira característica é a concretude. “O Verbo se faz
carne e o Eterno se comunica transcorrendo o tempo com pessoas e em situações
concretas”. Nesta ótica, o Papa recordou a importância da fé na família, de pai
para filho e, sobretudo, pelas mães e as avós, “a quem muito devemos
agradecer”.
Maria: pequena, próxima e concreta
Depois de falar de Deus, o Papa atribuiu as
mesmas características à Virgem Maria: é pequena, próxima e concreta. “Maria é
a escada que Deus percorreu para descer até nós; é Ela o sinal mais claro da
plenitude do tempo”.
Como explicou o Papa, Maria tem aquela
pequenez amada por Deus, que pôs os olhos na humildade da sua serva e exaltou
os humildes. Ela também é próxima, uma vez que ajuda o homem a descobrir o que
falta à plenitude de sua vida. E por fim, a concretude. “Maria tem a peito os
problemas e intervém, sabe identificar os momentos difíceis e dar-lhes remédio
com discrição, eficácia e determinação. Não é patroa nem protagonista, mas Mãe
e serva”.
Espelhar-se em Maria
Na conclusão da homilia, o Papa convidou
todos a se espelhar na sensibilidade e imaginação de Maria ao servir quem passa
necessidade, a dedicar a vida pelos outros sem preferências nem distinções,
agindo na pequenez e acompanhando-os de perto, com coração simples e aberto.
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