terça-feira, 10 de março de 2015

Como é bonito que se manifeste a humildade de Deus e não o show mundano, afirma o Papa Francisco

Notícias
09/03/2015
Por Centro Vocacional
O Papa Francisco ensina como Deus está nas coisas simples e como elas são importantes e devem ser reconhecidas por todos.
Na manhã de hoje, 9, o Papa Francisco celebrou, como de costume, a missa na Casa Santa Marta, no Vaticano. Em sua homilia, o Sumo Pontífice ressaltou a admoestação dirigida por Jesus ao povo de Nazaré, lugar onde viveu grande parte de sua vida, repreensão que tocava diretamente na incredulidade deles, pois como ressalta, no início Jesus é ouvido com admiração, mas depois explode “a ira e a indignação” contra Ele. Segundo o Santo Padre:
“Naquele momento, entre as pessoas que ouviam com prazer o que Jesus dizia, um, dois ou três não gostaram do que ele disse, e alguém se levantou e afirmou: Mas o que esta pessoa está falando? Onde estudou para nos dizer essas coisas? Que nos mostre o diploma! Em qual Universidade estudou? Ele é o filho do carpinteiro e o conhecemos bem”. Desencadeando desta forma uma onda de fúria até alcançar os atos de violência. Pois “o expulsaram da cidade e o conduziram até o alto da colina… e queriam jogá-lo lá de cima”.
Conduzindo a homilia, Francisco falou sobre a leitura onde se reflete sobre o comandante do exército sírio, Naamã, que era leproso. Ele, após relutar contra a orientação de Eliseu, aceita fazer o gesto de banhar-se no Jordão por sete vezes. Sendo ele obediente ao profeta e ouvindo o conselho dos seus servos, recebe a cura total da lepra, sem necessitar de grandes gestos. Seja os habitantes de Nazaré, seja Naamã, disse Francisco, todos “queriam um show”, mas “o estilo do bom Deus não é dar show: Deus atua na humildade, no silêncio, nas coisas pequenas”. Isso se vê em “toda a história da salvação”, ao inciar pela Criação, onde o Senhor não criou o homem pegando “a varinha mágica”, mas o criou “com o barro”. Deus, segundo o Santo Padre, fez tudo com gestos simples, e continuou:
“Quando Ele quis libertar o seu povo, libertou-o pela fé e a confiança de um homem, Moisés. Quando Ele quis fazer cair a poderosa cidade de Jericó, Ele o fez através de uma prostituta. Também para a conversão dos samaritanos, pediu o trabalho de outra pecadora. Quando Ele enviou Davi para lutar contra Golias, parecia loucura: o pequeno Davi diante do gigante, que tinha uma espada, tinha muitas coisas, e Davi apenas uma funda e pedras. Quando disse aos Magos que havia nascido o Rei, o Grande Rei, o que eles encontram? Uma criança, em uma manjedoura. As coisas simples, a humildade de Deus, este é o estilo divino, jamais um show”.
Para classificar este “show” o Papa recorda as três tentações de Jesus no deserto, onde Satanás o convida a lançar-se do topo do Templo, porque vendo o milagre as pessoas poderiam acreditar n’Ele. “O Senhor, ao contrário disso, revela-se na simplicidade, na humildade”, disse.
O Papa quer mostrar que a simplicidade de Deus se revela silenciosamente na história, na vida das pessoas, sem alarde, sem grandes festas e pompas, mas na vida sacramental e na sua experiência de encontro com o Senhor. Seguindo esta ideia, ele continua:
“O Senhor age assim: faz as coisas de forma simples. Fala-nos silenciosamente ao coração. Recordamos na nossa vida as muitas vezes que ouvimos essas coisas: a humildade de Deus é o seu estilo; a simplicidade de Deus é o seu estilo. E também na liturgia, nos sacramentos, como é bonito que se manifeste a humildade de Deus e não o show mundano. Irá nos fazer bem percorrer a nossa vida e pensar nas muitas vezes em que o Senhor nos visitou com sua graça, e sempre com esse estilo humilde, o estilo que também Ele nos pede para ter: a humildade”.
O Santo Padre, ainda, pede a todos que nesta Quaresma pensemos em como o Senhor nos ajudou, como nos fez seguir em frente e, assim, vamos descobrir que Ele fez isso nas coisas simples.



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