2015-2016: ANO DA VIDA CONSAGRADA
Domingo, dia
30 de novembro, com o novo ano litúrgico 2014-2015 abre também o ANO DA
VIDA CONSAGRADA, numa celebração presidida pelo Santo Padre
A iniciativa
deste Ano, que vai encerrar no dia 2 de fevereiro de 2016, dia mundial do
consagrado, foi anunciada pelo papa Francisco a 29 de novembro de 2013, no
final de um encontro com os Superiores Gerais dos Institutos Religiosos em
Roma, e insere-se no contexto da celebração dos 50 anos do Concílio Vaticano
II, tantos como os do Decreto “Perfectae Caritatis” sobre a conveniente
renovação da Vida Religiosa, que dele saiu.
A
propósito, em 2 de fevereiro de 2014, Festa da Apresentação do Senhor, Dia
Mundial do Consagrado, a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as
Sociedades de Vida Apostólica (CIVC/SVA) dirigiu aos consagrados e consagradas
uma Carta Circular. Intitulada “Alegrai-vos”, tem como epígrafe uma citação do Papa
Francisco: “Queria dizer-vos uma palavra, e a palavra é alegria. Onde quer que
haja consagrados, aí está a alegria!” A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP)
fez-lhe eco em 13 de novembro, na Nota Pastoral “Chamados a levar a todos o
abraço de Deus”; e o mesmo fez o bispo de Leiria-Fátima, numa outra mais
breve, intitulada Profetas e semeadores de esperança, em 21 de novembro.
OBJETIVOS.
A CIVC/SVA fixou-lhe três objetivos. O primeiro é “fazer memória agradecida do
passado”, nomeadamente dos caminhos de renovação da vida religiosa; o segundo,
“abraçar o futuro com esperança”, face às crises atuais e às incertezas do
amanhã, quando a crise de natalidade e de valores ameaça a sobrevivência de
bastantes institutos, sobretudo na Europa. O qual supõe, como complemento, um
terceiro objetivo: “viver o presente com paixão”.
Esta
paixão é assim caraterizada na Carta Pastoral da CEP: “Uma paixão de
enamoramento, de verdadeira amizade, de comunhão; uma paixão por evangelizar a
própria vocação e testemunhar a beleza do seguimento de Cristo; uma paixão para
despertar o mundo com testemunho profético, em presenças significantes nas
periferias geográficas e existenciais da pobreza.” Como o futuro só a Deus
pertence, toca-nos viver o presente com esta paixão, embora inspirando-nos em
figuras do passado que marcaram o seu tempo e perduraram até ao nosso, como a
de Santa Teresa de Jesus, cujo centenário de nascimento celebraremos também em
2015, a 28 de março.
A extensa Nota Pastoral dos nossos Bispos, dividida em cinco
apartados, analisa depois “A Vida Consagrada no coração da Igreja”, fala do Ano
da Vida Consagrada como de “Um ano de bênção e de graça”, refere a
necessidade de “Celebrar a Vida Consagrada na comunhão da Igreja” e conclui com
“A alegria do Evangelho no coração da Vida Consagrada” numa alusão à exortação
apostólica do papa Francisco sobre “A Alegria do Evangelho”.
INICIATIVAS. Apresentando
uma série de iniciativas, umas novas e outras já consolidadas, a Nota sublinha:
«Desejamos que todas as iniciativas deste Ano da Vida Consagrada sejam
assumidas com interioridade na santidade, com coerência na vida comunitária,
com testemunho na missão. O encanto, a alegria e o entusiasmo no seguimento de
Cristo, assumidos por todos os consagrados e consagradas na sua existência como
discípulos missionários e por todas as formas de vida consagrada, constituirão
certamente fermento e atração de novas vocações à Vida Consagrada.»
Destaca as
várias iniciativas previstas ao nível da igreja universal, entre as quais «não
faltará uma solene concelebração presidida pelo Papa, em finais de 2015, nos 50
anos do Decreto “Perfetae caritatis”, quase a concluir as celebrações do Ano da
Vida Consagrada»; e especifica, para Portugal: «Neste conjunto de celebrações, queremos
avivar o Dia do Consagrado, instituído universalmente em 1997 por São João
Paulo II, para “ajudar toda a Igreja a valorizar sempre mais o testemunho das
pessoas que escolheram seguir a Cristo mais de perto, mediante a prática dos
conselhos evangélicos e, ao mesmo tempo, ser para as pessoas consagradas uma
ocasião propícia para renovar os propósitos e reavivar os sentimentos, que
devem inspirar a sua doação ao Senhor”.»
A designação
«Vida Consagrada» refere-se a um comum horizonte eclesial em que se articulam,
de forma complementar, carismas e instituições: ordens e institutos religiosos
dedicados à contemplação ou às obras de apostolado; sociedades de vida
apostólica; institutos seculares e outros grupos de consagrados; formas novas
ou renovadas de vida consagrada; a Ordem das Virgens, as viúvas e os eremitas
consagrados; todos aqueles que, no segredo do seu coração, se entregam a Deus
com uma especial consagração (cf. Vita Consecreta, 2).
Ainda
faz falta, hoje?
A Vida
Consagrada está colocada mesmo no coração da Igreja, como elemento decisivo
para a missão, visto que exprime a íntima natureza da vocação cristã. E continua
a ser um dom precioso e necessário também no presente e para o futuro do povo
de Deus, porque pertence intimamente à sua vida, santidade e missão. Os
consagrados são chamados a assumir, na radicalidade do seu ser, a mesma
exigência que é feita a todos os discípulos de Cristo, no horizonte das
bem-aventuranças: Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste.
(Mt 5,48).
Por: Daniela dos Santos Insa.
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