Campanha da Fraternidade 2017
A
Campanha da Fraternidade deste ano nos alerta para a atual crise socioambiental
que afeta toda a criação de Deus. Com o tema “Fraternidade: biomas
brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar
a criação” (Gn 2.15), a iniciativa busca promover o cuidado
com a criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, através
de relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho.
A
Campanha acontece no tempo forte da Quaresma. Neste tempo litúrgico a prática
da caridade, da oração, do jejum, a conversão e a Campanha da Fraternidade
tornam-se oportunidades de experimentar a espiritualidade pascal capaz de
gerar, ao mesmo tempo, a conversão pessoal, comunitária e social. Uma pessoa de
fé que faz sua caminhada quaresmal rumo à Páscoa, ao tomar consciência da
realidade do como são tratados os biomas brasileiros, não poderá ficar
indiferente.
A Campanha da
Fraternidade é uma verdadeira iniciação à fé e à sua prática. A conversão
quaresmal é, ao mesmo tempo, um voltar-se para Deus, para o próximo e para a
vida da criação que nos cerca. E muito mais para nós que vivemos uma
consagração em meio ao mundo; não podemos ficar de fora. Como
consagrados somos convocados a assumir nossa responsabilidade de vivenciarmos
nosso carisma em todas as suas dimensões.
Quer
ajudar a construir uma cultura de fraternidade, apontando os princípios de
justiça, denunciando ameaças e violações da dignidade e dos direitos, abrindo
caminhos de solidariedade. A vida fraterna é a síntese do Evangelho quanto às
relações humanas e testemunha a nossa dignidade como verdadeiros filhos e
filhas de Deus.
Paulo Apóstolo instrui qual deve ser nosso modo de viver: ser
santuários nos quais habita Deus (1Cor 3,16-23). Nós, seguidores do Cristo,
aprendemos com ele a ser também habitação divina, casa da santidade, porque
vivemos no amor.
Diante do atual contexto, onde vivenciamos a destruição da natureza, vemos crescer a ambição e a busca por lucro a todo custo, sem considerar os impactos sofridos por nossa mãe terra, pelas populações originárias e pelos mais pobres. Diante dessa realidade, inspirados pelo Francisco de Assis e o Papa Francisco, somos convidados a uma conversão ecológica, com mudanças no estilo de vida e engajamento nas causas socioambientais contemporâneas.
Diante do atual contexto, onde vivenciamos a destruição da natureza, vemos crescer a ambição e a busca por lucro a todo custo, sem considerar os impactos sofridos por nossa mãe terra, pelas populações originárias e pelos mais pobres. Diante dessa realidade, inspirados pelo Francisco de Assis e o Papa Francisco, somos convidados a uma conversão ecológica, com mudanças no estilo de vida e engajamento nas causas socioambientais contemporâneas.
Dentre os objetivos
principais, a CF de 2017, tem enfoque em aprofundar o conhecimento de cada
bioma, provocando o comprometimento com causas das populações originárias e na
defesa de seus direitos; reforçar o compromisso com a biodiversidade, os solos,
as águas e o clima e contribuir para a construção de um novo paradigma
econômico ecológico; manter a articulação com outras igrejas, organizações da
sociedade civil, comunidades acadêmicas e pessoas de bem; e compreender o
desafio da conversão ecológica a que nos chama o nosso Papa Francisco na carta
encíclica Laudato Si’.
Ao falarmos da Campanha da Fraternidade
2017, é de grande importância, destacar antes de mais nada a repercussão da
“Encíclica Verde”, a Laudato Si, do Papa Francisco. Ela é a
causa das reflexões que vem acontecendo nas Campanhas das Fraternidade no
Brasil. Em 2016, a Campanha da Fraternidade refletiu um tema muito semelhante:
“Casa comum, nossa responsabilidade” que teve como lema: “Quero ver o direito
brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” ( Am 5,24). Este
ano, na mesma linha, o tema será: “Fraternidade: Biomas Brasileiros e defesa da
vida” e o Lema: “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2,15).
A criação é obra prima fruto das mãos
de Deus. Nós, criados a sua imagem e semelhança, recebemos a vocação de cuidar
e guardar com carinho do que foi criado. Jesus em suas mensagens catequéticas,
costumeiramente, faz o uso de elementos da criação. São Francisco, no Cântico
da Criaturas, expressa em oração a alegria pela criação. O Papa Francisco,
ressalta mais uma vez, a relação entre a fragilidade do planeta e dos pobres. A
causa é a mesma. E nesta quaresma, a CNBB, chama a atenção da nossa
sensibilidade para este tema. É de fato a manifestação de Deus, nos chamando, a
cuidar do planeta e da nossa própria vida.
O Papa Francisco
ao afirmar que nós, os seres humanos, “não somos meramente beneficiários, mas
guardiões das outras criaturas”. Esta, talvez, seja a grande lição proposta
pela CF-2017: tomar consciência da interdependência entre as criaturas como
lembra o Catecismo da Igreja Católica no número 2418.
A Igreja Católica
já há algum tempo tem sido uma voz profética a respeito da questão ecológica.
Não apenas tem chamado a atenção para os desafios e problemas ecológicos, como
tem apontado suas causas e, principalmente, tem apontado caminhos para sua
superação. As Igrejas particulares, Comunidades Eclesiais de Base, Pastorais
Sociais, Semanas Sociais Brasileiras, Fóruns das Pastorais Sociais, o Grito dos
Excluídos, muito se aproximaram do nosso povo para defender seus direitos e
para promover a convivência harmônica com o meio ambiente em todo o Brasil.
Sejamos
conscientes, desta importante tarefa, que temos que somar, junto a Igreja; que
há muitos anos tem conscientizado a sociedade; será uma oportunidade de todos
tomarmos consciência de nossa corresponsabilidade política, social e religiosa
na promoção e defesa da vida que se manifesta em toda a criação. Cabe muito bem
a nós consagrados.
Regina
G de Melo Insa
Fevereiro
de 2017
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