Exortação
pós-sinodal reúne reflexões do Sínodo da Família com indicações pastorais e
atenção às famílias feridas
Jéssica
Da Redação: Canção Nova
Da Redação: Canção Nova
Papa
saúda famílias na Praça São Pedro / Foto: Arquivo – L’Osservatore Romano
O Vaticano apresentou, nesta sexta-feira, 8, em
coletiva de imprensa, a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris
laetitia, do Papa
Francisco, documento tão esperado com as conclusões do Sínodo da Família.

Francisco escreveu a Amoris
laetitia com
base nos relatórios do Sínodo da Família, documentos de Papas predecessores e as
catequeses sobre família. Além disso, recorreu à contribuição de diversas
conferências episcopais e citações de personalidades de relevo, como Martin
Luther King.
O Santo
Padre deixa clara a complexidade do tema e por isso escreve: “Nem todas as
discussões doutrinais, morais ou pastorais devem ser resolvidas através de
intervenções magisteriais”. Por isso, acrescenta, para algumas situações, em
cada país ou região é possível buscar soluções mais enculturadas, ou seja, de
acordo com as tradições e desafios locais.
Desafios
das famílias
O
primeiro capítulo é dedicado a refletir o tema à luz Palavra de Deus. Francisco
toma como base o Salmo 128 para destacar que a família não é um ideal abstrato,
mas uma tarefa artesanal. Só então ele entra, no capítulo 2, na situação atual
das famílias, abrangendo seus desafios, como a ideologia de gênero, a
mentalidade anti-natalidade e o abuso de menores, só para citar alguns.
O
capítulo seguinte dá espaço para a palavra da Igreja sobre família, abrangendo
seus ensinamentos sobre o matrimônio e a família. São 30 parágrafos dedicados à
vocação à família de acordo com o Evangelho. É a oportunidade que o Papa
encontra para falar de temas como a indissolubilidade, sacramentalidade do
matrimônio, transmissão da vida e educação dos filhos.
Nesse
ponto, Francisco faz uma ressalva com relação às famílias feridas: lembra que
os pastores precisam discernir bem as situações; ao mesmo tempo que se exprime
com clareza a doutrina, é preciso evitar juízos que não considerem a
complexidade das diferentes situações.
Dimensão
erótica do amor
O Santo
Padre não deixa de falar do amor no matrimônio e traz uma novidade: ao fazer um
aprofundamento psicológico que chega ao mundo das emoções do casal, ele inclui
a dimensão erótica do amor, uma contribuição rica que até então não tinha
paralelo em outros documentos papais.
Ele
também aborda, em outro capítulo, a fecundidade do casal, incluindo a
“fecundidade alargada”, que diz respeito à adoção e ao acolhimento dos outros
membros da família.
Orientações
pastorais
No
capítulo 6, Francisco traz indicações pastorais para a edificação de famílias
sólidas e fecundas de acordo com o plano de Deus. Aqui, o Pontífice abrange
desde a necessidade da preparação dos noivos até o acompanhamento dos primeiros
anos da vida matrimonial, sem esquecer os casais que acabaram se separando ou
se divorciando e a importância da reforma dos procedimentos para reconhecimento
dos casos de nulidade matrimonial. A linha adotada por Francisco é a de
reforçar o amor e ajudar a curar as feridas, para impedir o avanço desses
dramas do tempo atual.
Um dos
capítulos mais delicados é o oitavo, quando Francisco indica três
palavras-chave: “acompanhar, discernir e integrar”. O Pontífice se refere aos
casos em que a realidade não corresponde àquilo que Deus quer, logo, o convite
é à misericórdia e ao discernimento pastoral.
O último
capítulo fala da espiritualidade conjugal e familiar. A exortação apostólica é
concluída com uma oração à Sagrada Família.
Carta do
Papa aos bispos
Para os
bispos de todo o mundo, o Papa Francisco enviou um quirógrafo (documento
escrito de próprio punho) acompanhando sua Exortação Apostólica Pós-Sinodal. O
Santo Padre escreveu:
“Caro
irmão,
Invocando a proteção da Sagrada Família de Nazaré,
tenho a alegria de te enviar a minha Exortação Amoris
laetitia para
o bem de todas as famílias e de todas as pessoas, jovens e idosas, confiadas ao
teu ministério pastoral.
Unidos no
Senhor Jesus, com Maria e José, peço-te que não te esqueças de rezar por mim”.
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