SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO
DE NOSSA SENHORA AO CÉU.
Mês Agosto Vocacional
Vocação à Vida Consagrada dos Religiosos
e Religiosas!
“A
solenidade deste domingo, considerada a festa principal da Virgem, recebeu, no
início do século IV, o nome de ‘dormição’ (dormitio Virginis),
enquanto passagem para outra vida, e só mais tarde foi chamada de Assunção”.
Desde
os primeiros séculos, conhece-se esta festa tanto no oriente como no Ocidente.
Somente em 1950 foi promulgada verdade ou dogma de fé por Pio XII.
No
Brasil, a piedade popular venera Maria assunta ao
céu como Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora da Boa
Viagem, Nossa Senhora da Abadia, Nossa Senhora do Pilar...
Celebramos esta festa da páscoa de Maria dando
graças ao Pai que eleva a humilde mulher, Maria de Nazaré,
e, nela nos oferece o sinal da vitória definitiva de toda a humanidade, pela
força da ressurreição de Jesus Cristo. Com a Virgem Maria,
cantamos as maravilhas que o Senhor fez por nós, fazendo-nos participantes do
mistério pascal do seu Filho.
Somos
chamados a celebrar esta vitória, vivendo o projeto de Jesus que vence, pelo
poder da entrega da sua vida, a força enganosa do dragão, que devora e destrói
todas as possibilidades duma vida humana digna e feliz.
Cantamos com Maria a esperança dos pobres e pequenos, a
quem Deus, em sua grande misericórdia, liberta e exalta. ‘Alegremo-nos
todos no Senhor, celebrando este dia festivo em honra da Virgem Maria: os anjos
se alegram pela Assunção e dão glória ao Filho de Deus’ (antífona de
entrada).
A
festividade da Assunção é um sinal de esperança para os
que seguem o caminho da fé e alimentam a certeza de que serão ressuscitados em
Cristo. E a Igreja, reunida em comunidade, contempla Maria à
luz do Mistério Pascal de Cristo, professa que ela, no
término da caminhada por esta terra, foi elevada ao céu, assumida por Deus e
colocada na glória dos céus. É a ação de Deus fazendo grandes maravilhas na
vida da mãe do Salvador.
A Assunção de Maria brotou da ressurreição de
Jesus. Maria segue o caminho novo de acesso ao Pai,
aberto pelo Filho Jesus. Deus antecipa em Maria o que
é, na verdade, destino de toda a humanidade. A ressurreição de Jesus é caminho
de ressurreição para todo o ser humano.
Maria havia
proclamado que Deus exalta os humildes e destrói a segurança e a prepotência
dos soberbos. A sua vida tem a marca da humildade e do serviço. A sua resposta
ao anjo na anunciação é um juramento: eis a serva do Senhor. O fato de se
tornar a mãe do Messias não a tornou orgulhosa nem vaidosa. Como mulher humilde
e servidora, foi exaltada na assunção e agradecida por Deus
com o sinal antecipado da glória.
Maria, a
mulher vestida de sol do Apocalipse e do Magnificat, nos ensina a
seguir o projeto de Deus em favor dos pequenos. Deus encontra um espaço
em Maria para agir e manifestar-se hoje e realizar suas
maravilhas em favor da humanidade.
No Salmo de Maria,
tradicionalmente chamado de Magnificat, ela proclama que Deus
realizou a derrubada de situações opressoras para restaurar o seu projeto de
Deus: Ele subjuga a autossuficiência humana e a soberba; destitui do trono os
poderosos e enaltece os humildes, e destrói as desigualdades humanas; elimina
os privilégios estabelecidos pelo dinheiro e o poder. Cumula de bens os
famintos e despede os ricos de mãos vazias, para instaurar uma verdadeira
fraternidade na sociedade e entre os povos, porque todos somos filhos de Deus.
Deus
olha a condição oprimida do pobre, o estado de desgraça, de aflição e
humilhação em que vivem milhões de pessoas, e enviou Jesus para propor um jeito
novo de viver que seja bom para todos. O que alegra Maria é
ser parte integrante do projeto de Deus para a humanidade – salvação das
opressões pessoais, mas também salvação de um povo.
Como
comunidade peregrina, grávida da salvação de Deus, nos reunimos para celebrar.
Vivemos a experiência de Maria, que, vestida de sol e
adornada de joias, canta a esperança oferecida aos pobres e humildes.
Nossa
ligação com Maria existe justamente por ser ela uma
entre os pequenos que Deus escolhe. “Se houver muita homenagem a ela e pouco
compromisso com os famintos e desamparados, estaremos fora da obra que Deus realiza
com Maria” (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB n. 22, pp. 99-105).
Nesta Solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao céu,
agradecendo a Vocação à Vida Consagrada, a rica
presença, a sublime missionariedade e discipulado de nossos Religiosos
e Religiosas, na Igreja de Jesus Cristo, são todos convidados, a
exemplo da chamada pelo Papa Paulo VI, “A Estrela da Evangelização”,
a sentirmo-nos também grávidos de Jesus. Mais ainda, não guardar para nós mesmo
tal gravidez, mas levá-la pelo mundo, como Maria, a
primeira missionária a levou à Isabel. O encontro das duas Mulheres me
encanta sempre. A alegria daquele encontro deve ser sempre nossa alegria,
quando nos encontramos, porque cheios da presença de Jesus e do Espírito Santo.
Gosto, também de pensar, que a exemplo de Maria, podemos
sentir-nos porta-joias do Senhor. Cada vez que O comungamos, nosso coração
torna-se Seu Sacrário, Seu Tabernáculo, que deve brilhar para todos que
encontramos pelo caminho, conduzindo-nos ao Senhor da Vida.
Encerrando a Semana Nacional da Família, rezando e
agradecendo a Vocação à Vida Consagrada, sintamos as mais
abundantes bênçãos do Senhor que nos escolhe a dedo para a missão
evangelizadora num mundo tão sedento de Deus em busca da sustentabilidade dos
valores que devolvam ao ser humano sua verdadeira dignidade!
Fonte: Padre Gilberto Kasper
(Ler Ap 11,19; 12,1.3-6.10; Sl 44(45); 1 Cor 15,20-27 e Lc 1,39-56)
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