Na missa de hoje, Papa ressaltou que a riqueza da
Igreja é anunciar o Senhor com gratuidade
Atualizado em 11/06/2013 às 08h22
O Evangelho deve ser anunciado com
simplicidade e gratuidade: foi o que destacou o Papa Francisco na Missa desta
manhã na Casa Santa Marta.
Na sua homilia, o Papa se inspirou na
exortação feita por Jesus aos Apóstolos para anunciar o Reino de Deus: “Não
leveis ouro, nem prata, nem cobre nos vossos cintos”. O Senhor quer que o
anúncio seja feito com simplicidade, disse Francisco. Aquela simplicidade que
“dá lugar ao poder da Palavra de Deus”. E indicou a “palavra-chave” para o
anúncio: gratuidade.
“A pregação evangélica nasce da
gratuidade, da surpresa da salvação. E aquilo que eu recebi gratuitamente, devo
dar gratuitamente. E desde o início era assim. São Pedro não tinha uma conta no
banco, e quando teve que pagar as taxas, o Senhor o mandou pescar no mar e
encontrar a moeda dentro do peixe para pagar. Filipe, quando encontrou o
ministro da economia da rainha Candace, não pensou: ‘Ah, que bom, façamos uma
organização para apoiar o Evangelho, porque…’ Não! Não negociou com ele:
anunciou, batizou e foi embora.”
O Reino de Deus “é um dom gratuito”,
disse o Papa. E sublinhou que desde as origens da comunidade cristã, esta
atitude ficou sujeita à tentação. Existe a tentação, por exemplo, de buscar
força para além da gratuidade, enquanto a nossa força é a gratuidade do
Evangelho. Na Igreja, advertiu, isso pode criar um pouco de confusão, pois o
anúncio pode parecer proselitismo, e este não é o caminho. O Senhor “nos
convidou a anunciar, não a fazer proselitismo”.
“Tudo é graça. Tudo. E quais são os
sinais quando um Apóstolo vive esta gratuidade? São muitos, mas ressalto dois:
primeiro, a pobreza. O anúncio da Evangelho deve ser feito no caminho da
pobreza. O testemunho desta pobreza: não tenho riquezas, a minha riqueza é
somente o dom que recebi, Deus. A gratuidade é a nossa riqueza! E esta pobreza
nos salva de nos tornarmos organizadores, empreendedores… Devem-se levar avante
as obras da Igreja, e algumas são um pouco complexas; mas com coração de
pobreza, não com coração de investimento ou de empresário, não?”
A Igreja – repetiu o Pontífice – “não
é uma ong: é outra coisa, mais importante, e nasce desta gratuidade. Recebida e
anunciada”. E a pobreza “é um dos sinais desta gratuidade”.
Outro sinal, acrescentou o Papa, “é a
capacidade de louvor: quando um apóstolo não vive esta gratuidade, perde a
capacidade de louvar o Senhor”. Louvar o Senhor, de fato, “é essencialmente
gratuito, é uma oração gratuita”:
“Estes são os dois sinais do fato de
que um apóstolo vive esta gratuidade: a pobreza e a capacidade de louvar o
Senhor. E quando encontramos apóstolos que querem fazer uma Igreja rica e uma
Igreja sem a gratuidade do louvor, a Igreja envelhece, a Igreja se torna uma
ong, a Igreja não tem vida. Peçamos hoje ao Senhor a graça de reconhecer esta
gratuidade: ‘do receber e do dar’. Reconhecer esta gratuidade, dom de Deus. E
também nós prosseguirmos na pregação evangélica com esta gratuidade.”
Fonte: Rádio Vaticano
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