Nosso Deus há de
vir com poder
iluminar nosso olhar!
iluminar nosso olhar!
O tempo do Advento possui uma dupla
característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal em
que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é
também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a
segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo o tempo do
Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa”.
“O Senhor Jesus vem de muitos modos no presente.
Ele manifesta-se nos irmãos; manifesta-se na Sagrada Escritura, na Igreja, nas
ações litúrgicas. Ele vem sempre. Podemos dizer que a vida cristã, constitui um
permanente advento do Senhor. Contudo, num determinado período do ano este
advento do Senhor é tematizado de modo mais intenso. É o tempo do Advento
em que a Igreja se coloca à espera do Senhor, comemorando sua vinda no passado
e proclamando sua outra vinda no futuro”.
“Celebrando
cada ano o mistério do Advento, a Igreja nos exorta a renovar continuamente a
lembrança de tão grande amor de Deus para conosco. Ensina-nos também que a
vinda de Cristo não foi proveitosa apenas para os seus contemporâneos, mas que
a sua eficácia é comunicada a todos nós se, mediante a fé e os sacramentos,
quisermos receber a graça que ele nos prometeu e orientar a nossa vinda
conforme os seus ensinamentos.
Essa reflexão é maneira muito concreta de revivermos a
importante notícia que a humanidade recebeu da boca de um anjo: “Hoje vos
nasceu na cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2,10-11). Essa
notícia deve ser recebida com o coração preparado e tornado manjedoura. Aí
repousa o sentido teológico do advento e o motivo da celebração do natal.
A visita dos magos à Belém, por ocasião do nascimento de
Jesus, marcou de tal modo a vida deles, que retornaram a seus países de origem
por outro caminho. Todo verdadeiro encontro com Jesus Cristo é renovador porque
a experiência de Deus não é repetível. Somos, sempre de novo, convidados a
percorrer nova estrada, vida nova, retomada com nova ação divina. A nossa vida
de cristãos após o natal não deverá ser a mesma. Na alegria, nas atitudes e nos
gestos a comunidade perceberá que algo de novo acaba de acontecer.
A novidade não reside tanto na repetição da solenidade
natalina, mas principalmente nas novas situações de vida que enfrentamos. Deus
é eterna novidade; somos nós que nos desgastamos com o passar do tempo e, por
isso mesmo, precisamos repor nossas energias e o sentido do nosso ministério na
Igreja e na sociedade. Se a celebração do Natal em nada contribuir para novo
compromisso com Jesus Salvador e com seu evangelho de vida, e não somos capazes
de ultrapassar os apelos frenéticos e consumistas do papai Noel e de sua
ideologia alienante o natal não acontece.
Advento é um tempo de irmos às pressas até a Belém do nosso
coração e aí encontrar aquele que veio para servir-nos, amar-nos e salvar-nos.
Nada dá mais coragem a alguém do que o amor. Foi esse amor extremo que levou o
mestre a encarnar-se, loucura de Deus onipotente que se faz impotência.
Advento, tempo de tranquila espera, é tempo também e, especialmente, de
conversão. Advento é uma viagem até o natal.
O salmista reza: “O Senhor manifestou sua salvação, aos
olhos do povo revelou sua justiça”.(Sl 98,2). A celebração do natal lembra esse
mistério, ao mesmo tempo, que nos dirige um convite, sempre renovado, a
irmos à Belém, ao encontro do Menino-Deus.
Somente ele é capaz de reverter a situação trágica de pecado
em alegria de salvação. Ele cancelou, de uma vez para sempre, a sentença de
condenação lavrada pelo nosso pecado; e restabeleceu a aliança da humanidade
com Deus. Isso precisa ser comunicado e celebrado com o povo. Mas, antes o
cristão deve estar convencido disso e se alegrar, de verdade, com essa notícia
que mudou a história e deu sentido aos séculos.
“O natal é a experiência de nossa fé, envolvidos por estes sentimentos celebramos a vinda de jesus Cristo no tempo e na história dos homens para traze-lhes a salvação. A espera pela vinda de Jesus, desperta em nós a busca por atitudes espirituais. Não se trata de um tempo em que somos bombardeados pela sociedade que desperta o desejo pelo consumismo. É preciso alimentar a fé, perseverar na oração, preparar o coração com o sacramento da Penitência (confissão sacramental).
Somos consagrados e consagradas com a missão de anunciar e tornar
presente a chegada do Reino neste mundo. Isso deve encher o nosso coração de
alegria e, no tempo de advento e natal, renovar o nosso ardor missionário e
apostólico, como família paulina, reencontrar o sentido mais profundo do nosso
existir cristão. Isso exige quebra da rotina. Supõe um esforço muito especial e
o “jejum” de tantas coisas que podem nos distrair ou agitar nesse
tempo. Busquemos viver intensamente este tempo precioso em nossas vidas.
Um bom advento!!
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