quinta-feira, 1 de dezembro de 2016


Nosso Deus há de vir com poder
iluminar nosso olhar!
O tempo do Advento possui uma dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa”.

“O Senhor Jesus vem de muitos modos no presente. Ele manifesta-se nos irmãos; manifesta-se na Sagrada Escritura, na Igreja, nas ações litúrgicas. Ele vem sempre. Podemos dizer que a vida cristã, constitui um permanente advento do Senhor. Contudo, num determinado período do ano este advento do Senhor é tematizado de modo mais intenso.  É o tempo do Advento em que a Igreja se coloca à espera do Senhor, comemorando sua vinda no passado e proclamando sua outra vinda no futuro”.

 “Celebrando cada ano o mistério do Advento, a Igreja nos exorta a renovar continuamente a lembrança de tão grande amor de Deus para conosco. Ensina-nos também que a vinda de Cristo não foi proveitosa apenas para os seus contemporâneos, mas que a sua eficácia é comunicada a todos nós se, mediante a fé e os sacramentos, quisermos receber a graça que ele nos prometeu e orientar a nossa vinda conforme os seus ensinamentos.

Essa reflexão é maneira muito concreta de revivermos a importante notícia que a humanidade recebeu da boca de um anjo: “Hoje vos nasceu na cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2,10-11). Essa notícia deve ser recebida com o coração preparado e tornado manjedoura. Aí repousa o sentido teológico do advento e o motivo da celebração do natal. 

A visita dos magos à Belém, por ocasião do nascimento de Jesus, marcou de tal modo a vida deles, que retornaram a seus países de origem por outro caminho. Todo verdadeiro encontro com Jesus Cristo é renovador porque a experiência de Deus não é repetível. Somos, sempre de novo, convidados a percorrer nova estrada, vida nova, retomada com nova ação divina. A nossa vida de cristãos após o natal não deverá ser a mesma. Na alegria, nas atitudes e nos gestos a comunidade perceberá que algo de novo acaba de acontecer. 
A novidade não reside tanto na repetição da solenidade natalina, mas principalmente nas novas situações de vida que enfrentamos. Deus é eterna novidade; somos nós que nos desgastamos com o passar do tempo e, por isso mesmo, precisamos repor nossas energias e o sentido do nosso ministério na Igreja e na sociedade. Se a celebração do Natal em nada contribuir para novo compromisso com Jesus Salvador e com seu evangelho de vida, e não somos capazes de ultrapassar os apelos frenéticos e consumistas do papai Noel e de sua ideologia alienante o natal não acontece.

Advento é um tempo de irmos às pressas até a Belém do nosso coração e aí encontrar aquele que veio para servir-nos, amar-nos e salvar-nos. Nada dá mais coragem a alguém do que o amor. Foi esse amor extremo que levou o mestre a encarnar-se, loucura de Deus onipotente que se faz impotência. Advento, tempo de tranquila espera, é tempo também e, especialmente, de conversão. Advento é uma viagem até o natal. 

O salmista reza: “O Senhor manifestou sua salvação, aos olhos do povo revelou sua justiça”.(Sl 98,2). A celebração do natal lembra esse mistério, ao mesmo tempo, que nos dirige um convite, sempre renovado, a irmos à Belém, ao encontro do Menino-Deus.
Somente ele é capaz de reverter a situação trágica de pecado em alegria de salvação. Ele cancelou, de uma vez para sempre, a sentença de condenação lavrada pelo nosso pecado; e restabeleceu a aliança da humanidade com Deus. Isso precisa ser comunicado e celebrado com o povo. Mas, antes o cristão deve estar convencido disso e se alegrar, de verdade, com essa notícia que mudou a história e deu sentido aos séculos. 

“O natal é a experiência de nossa fé, envolvidos por estes sentimentos celebramos a vinda de jesus Cristo no tempo e na história dos homens para traze-lhes a salvação. A espera pela vinda de Jesus, desperta em nós a busca por atitudes espirituais. Não se trata de um tempo em que somos bombardeados pela sociedade que desperta o desejo pelo consumismo. É preciso alimentar a fé, perseverar na oração, preparar o coração com o sacramento da Penitência (confissão sacramental).

Somos consagrados e consagradas com a missão de anunciar e tornar presente a chegada do Reino neste mundo. Isso deve encher o nosso coração de alegria e, no tempo de advento e natal, renovar o nosso ardor missionário e apostólico, como família paulina, reencontrar o sentido mais profundo do nosso existir cristão. Isso exige quebra da rotina. Supõe um esforço muito especial e o “jejum” de tantas coisas que podem nos distrair ou agitar nesse tempo. Busquemos viver intensamente este tempo precioso em nossas vidas.

Um bom advento!!

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